O que é Valhalla na mitologia nórdica
Você sabe o significado de Valhalla na mitologia nórdica? Sabe em que poemas ela está presente? Tem conhecimento sobre as obras atuais (tanto ilustrativas quanto musicais) onde ela está presente? Com sua origem no nórdico antigo Valhöll, que significa “Salão dos Mortos”, Dentro da mitologia nórdica e das crenças de religiões que pertencem ao paganismo nórdico (como Ásatrú, a mais reconhecida), caracteriza-se como um salão grande e nobre, de modo que possui 504 portas, está localizado em Asgard, e “tem” Odin como o deus que possui domínio sobre este recinto.
Os soldados que morreram em combate são escolhidos por Odin, de modo que metade vá para Valhalla através das valquírias e outra metade, seja levada para campos Folkvang da deusa Freia. Dentro do salão, estes mortos escolhidos que foram levados para destinos diferentes se reúnem, além de diferentes heróis lendários da mitologia germânica, que se aprontam para auxiliar este deus durante eventos do Ragnarök. A árvore dourada Glasir é erguida antes mesmo de erguer o salão, e no interior (na sala), há a presença de um coberto de escudos de ouro.
Diversas criaturas habitam o redor do salão (como veado Eikpyrnir e bode Heidrun. Os dois se encontram no topo da Valhalla e consomem folhagem da árvore Laeraôr). Valhalla aparece em três textos, sendo estes, dois poemas e uma narrativa em prosa. Vamos conferir primeiramente, o primeiro poema em que Valhalla aparece:
Edda em verso
Valhalla se destaca totalmente em poema Edda em verso nas versões Grímnismál e Helgakviôa Hundingsbana II. Ela é referenciada diretamente em Völuspá- estrofe 33 (morte de Balder é citada como “ai de Valhalla”), Hyndluljóô- estrofes 1 a 3 (deusa Freia afirma que tem intenção de construir com Hyndla até Valhalla a fim de ajudar Otaro) e estrofes 6 e 7 (Valhalla é citada de novo no momento em que há uma disputa entre Freia e Otaro).
Heimskringla
Este salão é mencionado de forma evêmera (vem de um nome de um escritor grego helenita) e como elemento que restou do paganismo nórdico. Na “Saga dos Inglingos”, no capítulo oito, Odin é definido como a ordem de leis de sepultamento no país. Segundo elas, os sujeitos que morriam deviam ser queimados em uma fogueira voltada para esta finalidade no túmulo com seus pertences, e as cinzas, transportadas para o mar ou enterradas na terra. Assim, os mortos chegavam em Valhalla com seus pertences na pira e outras coisas quaisquer que tenham ficado enterradas no chão.
Na saga Hákonar Goda- capítulo 32, Haakon I da Noruega recebe o enterro pagão nórdico, que tem como descrição, seu envio para Valhalla. Versos de Hákonarmál são referenciados como partes de apoio ao poema, de forma que contém referências em relação à Valhalla. Finalmente, o texto em que este salão é também referenciado se encontra em forma de prosa. Confira:
Fagrskinna
Na narrativa em prosa, valhalla aparece no capítulo oito, de modo a contar a história que, depois da morte de Érico Machado Sangrento, Gunilda (mãe dos reis), escreveu um poema sobre seu esposo. A obra (conhecida como Eiríksmál) foi composta por um autor anônimo do século X. Nela, o autor faz descrição de Érico Machado Sangrento e um quinteto de outros reis que chegaram à Valhalla depois que faleceram.
Odin é questionado por deus Bragi sobre de onde vinha o som do trovão. Ele afirma que os bancos deste salão estão tremendo, de forma que parecesse que existisse milhares deles (é como se Bragi tivesse retornado para Valhalla). Como resposta, Odin explica que o deus sabe que estes sons vêm de Érico Machado Sangrento, que vai chegar em breve neste salão. Ele ainda comenta que se for mesmo Sangrento, os heróis Sigmund e Sinfjötli vão subir Valhalla para o cumprimento de Érico e a cessão de seu convite para entrar no salão.
Deste modo, Odin fala para Sigmund que ele deve esperar Érico mais do que aguardasse algum outro rei qualquer, e após Sigmund perguntar por que ele devia executar tal ordem, Odin explica que Érico derrotou inimigos em diversas outras terras, de tal maneira que no final sua espada ficou avermelhada. Assim, no momento em que Érico chega, Sigmund dá o seu cumprimento e diz que sua entrada no salão é bem-vinda. O herói questiona à Érico também que outros senhores trouxe consigo para o salão. Machado responde que trouxe junto cinco reis (sendo ele o sexto) e que citaria o nome de todos os reis que estavam presentes naquele recinto.
A construção do salão teve influência na cultura popular moderna, que está influenciada diretamente pelo conceito de mitologia nórdica ou referência de encontro dos mortos selecionados ou uma sala que os homenageava. Como exemplos destes últimos salões, temos Templo de Walhalla (construído entre 1830 a 1847 por Leo von Klenze na Alemanha, perto de Ratisbona para Ludwig I da Baviera) e museu Tresco Abbey Gardens Valhalla (construído por volta de 1830 por August Smith na Inglaterra, nas ilhas Scily- localização atual do museu- para o abrigo de estátuas). A cratera Calisto (que fica na lua de Júpiter) foi batizada com o nome de Valhalla.